sábado, 6 de fevereiro de 2010

Páro e deixo as lágrimas rolarem por entre as margens desse rio que é o meu corpo, cujo leito se traduz na minha alma, ao ritmo errático da corrente do meu coração, dorido e magoado por este amor que nunca deveria ter existido.

Encontro o refúgio para a solidão de estar sem ti.

Não demores.

Leio e escrevo, esperando pelo momento em que te abraçarei de novo.

Não demores.

As saudades, essas, são cada vez mais fortes.

Não demores.

Apetecia-me ser folha e poder voar até ti, repousar nas tuas mãos e, ao sentir o teu toque, beijar os teus dedos impregando a tua pele de carinho e ternura, numa imensidão que é este sentir que trago dentro do coração.

Não demores.

perdido no meio da vegetação, encontraste-me.Reconheceste a minha beleza no meio de todas as outras e protegeste-me.Por entre intempéries diversas, mal ou bem, fui resistindo, procurando sempre alcançar o calor do teu toque nas minhas pétalas que são, afinal, o meu corpo.Quando finalmente o encontrei, senti-me florescer em todo o meu esplendor de flor selvagem e bravia, aquela a quem conquistaste e roubaste o coração.

Quando se ascende a velha chama...

E mais uma vez, o culto se faz surgir, o que era desencanto tornou-se facinação, a luz surgiu e, em minha doce cegueira eu a sigo tal qual um girassol persegue o sol, mesmo sabendo que carrega debaixo de suas asas uma oculta espada.Que a tua saudade me sepulte.