quinta-feira, 9 de abril de 2009

Por entre palavras soltas, encontro-me e deixo-me perder novamente, seja pelo gesto ou simplesmente pela doçura da leveza do aparo que desliza suavemente pelas linhas impressas na folha de papel outrora imaculado e agora marcado pelo cunho da minha caligrafia.

Desânimo.

Amargura.

Cansaço.

Tristeza.

Insónia.

Vazio.

Momento.

Eterno?

Não sei.

Só quero que passe.

Só quero que acabe.

Sinto a tua falta.

Às vezes, apetece-me baixar os braços e simplesmente desistir de continuar a lutar.

Sinto que não tenho mais forças para ultrapassar todos os obstáculos.

Simplesmente, não tenho mais palavras que consigam descrever todo este turbilhão que me atormenta.

Daria tudo para te ter nos meus braços uma vez mais apenas, tocar-te, sentir-te.

Quem sabe então esta dor da ausência de ti fizesse sentido.

Como uma estrela no céu, procuro o meu lugar neste universo, ainda que não ao teu lado.

Talvez esse sítio não exista.

Talvez seja eu quem não faz falta.

Não sei.

Neste momento, tudo é escuridão e procuro uma luz.

Em vão?

Não sei.

Diz-me tu.

Deixo-me perder até à eternidade.

Flutuo e sou simplesmente eu.

Toco-te e sinto-te a percorreres o meu corpo falando uma linguagem só nossa.

Mergulho em ti e paro o tempo.

Encontro o meu porto de abrigo, o meu refúgio, o meu lar.

Sou feliz.