quarta-feira, 25 de junho de 2008

Todo o amor que sentia doía-me. Macerava-me por dentro lentamente, como se caminhasse perpetuamente com os meus pés descalços sobre vidro estilhaçado, como se o mundo fosse acabar amanha e já não sobrasse mais tempo para te dizer o quanto me completavas. Queria tanto dizer-to mas contia-me na minha obscuridade insana pois receava magoar-te assim também. Desejava mais do que tudo apertar-te contra o meu peito, afagar-te suavemente a tua face morna de mármore pálido, brincar com o teu cabelo na efémera eternidade de um beijo roubado. Mas as minhas mãos eram lâminas afiadas de razões e intentos desconhecidos. O meu toque era frio e ríspido como espadas de guerra brandidas sem piedade. O meu gesto era morte e dor lancinante. Abracei-me a ti contido, capaz de amar mas incapaz de dar amor, no controverso instante do egoísmo e do verdadeiro amar, sedento de te tocar mas incapaz de te magoar, perdido de amor mas sem amor perdido... e deixei-te ir. O amor é daqueles que podem amar, não daqueles que o sentem... esses apenas amam.
Tentando exprimir por palavras qualquer que seja esta sensação de perda! Uma dor no peito, não talvez uma dor mas sim um aperto quando nos lembramos que alguma coisa, pessoa ou bem não esta mais na nossa vida! Raiva interior vem junto, misturado com o doce sabor da ironia que até nos faz rir mas logo a seguir faz-nos inconsolavelmente chorar! Perdi, não sabendo bem explicar essa perda de uma coisa só tenho a certeza, perdi a noção da realidade, da clareza e dos fatos, situação esta que me põe em estado depressivo e completamente alem de alguma coisa que vocês possam imaginar! Irreal, toda a vida que vivo, procurando nas forças divinas o aconchego que tanto preciso. Vivemos a vida que queremos e algo esta sempre mal! Somos uns injustos e porque quando esta tudo bem, pensamos nós, ficamos as coisas ficar mal? È humano errar e burrice cair no mesmo erro, mas a ignorância total é quando deixamos tudo a perder, pensando mais com a cabeça de que com o coração! Procuro nas palavras o que não encontro no papel… Ele é vazio, tal e qual como eu! Vazia, esgotei toda a minha fonte racional e passei a ser inconstante! Não sei para onde atiraram a minha alegria e força de viver, se é que algum dia existiu alguma em mim… não é bem como um “bem adquirido” que a gente compra, troca ou vende. Devia-se ganhar com a existência, logo a nascença, deveria ter um incentivo de quem nos procria, o acompanhamento certo com as pessoas certas! Ama-se, entrega-se e depois destrói-se… põe-se fim a felicidade e vive-se o pesadelo dos loucos!