quarta-feira, 26 de setembro de 2007

Partida...

O tempo é de partida. De fazer as malas e seguir sem olhar muito para trás, mesmo sabendo que o coração fica preso a cada pedaço do cheiro da minha terra. Não sei por quanto tempo... sei que vou e que não quero. Não quero sentir-me um estranho numa terra estranha, quando me sinto estranho em qualquer lugar.

Não, não é uma despedida... é um até já. Como se vos esperasse ali ao virar da esquina, como uma ida à praia num dia quente como o de hoje, para deixar o sol queimar a pele e deixar a alma dormente, para não sentir, para não ver, para não viver.

Parece-me que os dias passam e eu transformo-me lentamente em alguém de olhos tristes. Um alguém de olhos e sorriso tristes que mesmo querendo, já não consegue chorar.

Os dias que se mostraram de revolta, deixam que cheguem, de mansinho, tempos de paz. Ficam os amores... aqueles que podiam ter sido e não foram. Aqueles que magoaram porque nunca se deixaram voar. A garota que sei que quis mas que não quero mais. Todas as paixões que ficaram por nascer, as que morreram antes de nascer e as que nasceram condenadas ao fracasso.

Mas o amor, esse carrego-o comigo para onde quer que vá...

É a falta dos abraços dos braços que se querem. Que estavam sempre e depois nunca mais... é a falta do toque de pólen que arrepia a pele dos dedos que se entrelaçavam nos nossos dedos. É a falta de me ver num olhar... É por todas as faltas que sinto aqui que vou embora. Porque já não sou capaz de esperar...